sábado, 28 de abril de 2012

Reticências..


Ando chorando pra dentro há dias, os olhos reais assim como o resto do corpo andam secos..
Eu já nem sei como me sustento com tanto sofrimento contido, vontade imensa de explodir, mas eu só implodo.
Chorando pra dentro como cachoeira invertida que deságua pra dentro das pedras...
Acho que estou ficando louca com essa ausência de respostas...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Amor de vó!


E há quem diga que ser avó é ser mãe duas vezes... Eu discordo veementemente dessa afirmação, ser avó é ser mãe infinitas vezes, é ser mãe onde a palavra mãe já não encontra tradução... Ser avó é compreender a palavra amor em toda a extensão dessas quatros letras.
Se for julgar pelo arquétipo, tem gente que vai se enganar e muito, há tempos as avós mudaram, e como mudaram... Fugiram da imagem de senhoras pacíficas sentadas numa cadeira de balanço com uma agulha de tricô nas mãos, essas ainda existem, mas tem as outras, aquelas que trabalham fora, que suam a camisa, que encontra tempo pra cuidar dos filhos e dos netos, as que curtem baladas e academia, as poetisas, as cozinheiras, as sonhadoras, as protetoras... Toda sorte de mulher que não contente em agraciar o mundo com um presente, consegue redobrar a felicidade quando o presente que pôs no mundo a presenteia com um novo ser... Pequeno e rechonchudo, prontinho para alterar a rotina de todo mundo e ser prontamente guardados e  defendidos por elas.
Por que ser avó acima de tudo é ser uma guardiã, essa tarefa é intrínseca, eu sinceramente acredito que elas sejam a personificação dos anjos da guarda, os verdadeiros anjos da guarda, pois não há travessura que não encontre o perdão em seus braços... Nunca vi pessoa mais predisposta ao perdão e a devoção. E não importa a idade dos netos, o colo é certo em qualquer tempo e independe de necessidade.
E quando se vê aquele menino manhoso, cheinho de dengos e manhas já adulto, sempre tem um que solta “Isso é menino criado com vó”... Impossível não identificar.
Principal característica desses seres é a própria divindade particular de cada uma delas, é o único meio de justificar tamanha doação, tamanha devoção e tamanho amor, alias amor é o que elas mais têm e o que mais doam e de tanto que doam parece que prolifera ainda mais o sentimento dentro delas... Haja coração.
Os nomes variam, os endereços são os mais diversos, as idades, as personalidades, mas a capacidade de acolhimento, de se doar, é inconfundível em todas elas... e atire a primeira pedra aquele que nunca viu uma avó proteger um neto após uma traquinagem qualquer.
As Julias, Jaciras, Jacis, as Deises, as Marias, Marinas, Robertas, as Silvias, Tanias, Lauras, Cecilias, Suelis..a todas as avós desse mundo que com toda simplicidade, com todo jeitinho, nos ensina diariamente a incrível arte de amar, amar e amar.
Por que ser avó é isso não é?
Ser avó é se doar inteira sem esperar nada em troca, acordar de noite pra ligar pra saber se está tudo bem, é fazer aquelas guloseimas em troca de uns carinhos e um sorrisos que ainda que não viessem seria bom do mesmo jeito, ser avó é sofrer em dobro quando a traquinagem acaba em machucado, é defender com unhas e dentes os descendentes de sua cria, é sentir um amor incondicional pelo filho e pelo filho do filho... ser avó é cuidar, é zelar,  é proteger...
Nem todas as mulheres recebem essa graça, ou não percebem a graça que lhes é concedida, mas há aquelas que anseiam, aceitam e cuidam da missão de ensinar tudo novamente aos pequeninos assim como fez com os filhos, não por obrigação, mas por amor, amor puro e simples... Amor que rima com xodó... AMOR DE VÓ.       

domingo, 8 de abril de 2012

QUASE....


Foi por muito pouco que a nossa historia não deu certo....e nem foi culpa sua, e nem minha...nem sei de quem foi a culpa...se é que existe culpa....
Quando eu paro e lembro, vai subindo aquele furacão de dúvidas e questionamentos e falta de entendimento...e me nego a crer que a nossa história se perdeu desse jeito tão feio....
Foi por tão pouco que você não me tornou a mulher mais feliz deste mundo, foi por muito pouco, muito pouco...
Foi por pouco que não entregamos as nossas vidas ao mesmo destino e coroamos o nosso encontro com a máxima felicidade...
Foi por tão pouco que não escrevemos juntos o resto da história de nossas vidas...
E foi por muito pouco que você não percebeu em mim a vontade imensa de ver a passagem dos anos ao seu lado....
Foi por muito pouco que não nos escolhemos para envelhecer juntos...
Que não rimos juntos de mais alguns fios brancos que insistem em aparecer nos cabelos...
Foi por pouco que não criamos a nossa própria rotina de carinho, entrega e cuidado.
Foi por pouco que não criamos os nosso códigos, as nossas leituras...
Foi por pouco que você não me elegeu sua companheira, sua companhia.
Faltou tão pouco para que você fosse meu para sempre
Para que brincássemos com o nosso passado e com todas as loucuras que faríamos um pelo outro...se houvesse tempo, se houvesse entendimento...
Faltou muito pouco para que eu escrevesse alguns poemas em sua homenagem e você me dedicasse algumas música...
Faltou pouco para que nos escolhêssemos, para que nos vivêssemos, para que nos amássemos...
Eu nem sei ao certo dizer o quanto faltou....
Nem o que faltou...
Mas foi tão pouco...tão pouco
Faltou tão pouco para criarmos a nossa história, para vivermos a nossa história...
Faltou muito pouco...
Quase nada!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Esta noite eu dormi com um poema...


Esta noite eu dormi com um poema...
E não se assuste com esta declaração, foi um dos poemas mais lindos que li!
Leitura que fiz de sua pele através do toque suave das minhas mãos, leitura que fiz dos teus olhos, da troca de olhares, do ritmo da respiração...
Era um poema de pele clara e cabelos escuros, revoltos e ondulados, como o mar em dias de tempestades, que nem assusta e só encanta.
O meu poema tinha uma fala mansa, e uma voz grave como as dos boiadeiros e fala de amor como quem canta uma toada, ou uma ladainha...com toda simplicidade.
O meu poema fala de amor e de beleza como há tempos eu não ouvia, e que espetáculo de beleza ver o contraste das cores que vestem os nossos corpos quando nos encontramos.
O meu poema me surpreendeu com os carinhos mais ousados, com os toques mais suaves, com as caricias mais sutis...
Me surpreendeu com umas poucas lagrimas que iluminaram o seu rosto por conta de uma saudade, me surpreendeu quando descansou sua cabeça meu peito...me surpreendeu quando me elegeu uma das suas guardiãs...
Poema mais lindo do mundo, carrega um brilho intenso em seus olhos, e uma imensa vontade de fazer o mundo um pouquinho melhor.
Carrega no peito a determinação de quem defende o que acredita, carrega nos lábios muitas verdades, ideologias e tem a pele marcada pela sua liberdade.
Poema que não me pertence, não foi por mim criado, e nem a mim ofertado, nem sei como o conquistei... tenho ele como presente...guardado, ciumado.
Presente que a vida me deu e que apesar de não me pertencer será meu eternamente.....