sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Devaneios

Quarto à meia luz, um copo de vinho pela metade na mesinha de cabeceira,  chocolate por perto e trilha sonora no estilo Legião Urbana bem “quando tudo está perdido, sempre existe uma luz....”
Não, não e não. Já chega de fingir que eu não sinto falta de você, e chega de fingir que sou a mulher independente e bem resolvida que está segura de si mesma e não sente falta de nada.
Eu to querendo colo, to querendo abraços e beijos e uma voz que me conforte ao me dizer que está tudo bem ainda que não esteja tudo bem. Eu quero bagunça no café da manhã e quero aquele cafuné bem fora de hora...
Quero sentir saudade, mas com aquela certeza do encontro no fim do dia..
Quero sentir meu pé firme no chão, e alguém que me cale no meio de um surto de streess com um  pedido tímido de desculpa..
Eu quero frio na barriga e calor nos lábios
Quero sensação de furacão em meu peito, quero uma queda livre dentro da alma
To querendo me arriscar a tirar os pés do chão... deixar a cabeça nas nuvens...o coração na mão.
To pedindo pra raptarem minha sanidade, quero ficar entregue a doce loucura de ser de alguém.
Abandonei em tempo integral a pose de comandante do barco... quero ficar a deriva
E não me importa que naufrague, pelo menos eu tentei.
Então vamos deixar de lado a imagem de mulher-super-resolvida e adotar o to-carente-sim-e-daí?
Vou expor as minhas vontades nos classificados e deixar que um sapo qualquer se aventure a brincar de príncipe comigo.
De princesa eu não tenho nada mesmo.
Vou lavar as mãos e pintar os cabelos, não é de hoje que meu espelho esta me avisando que o tempo esta passando e nada acontece.
Quanto a você..continuo sentindo sua falta....vou lembrando de você, enquanto você me esquece.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Poesia do desassossego

Não...
Não tome nas mãos algo que não lhe cabe guardar..
Algo que você não sabe ou não pode ou ate mesmo não quer cuidar...
Não tome nas mãos o coração de ninguém
Nem o meu.
Eu sei que meu coração já não cabe mais em mim...anda tão retalhado... eu sei que não devo...
Mas não faça isso, não faça!
Não tome em teus braços meus sonhos.
Você não vai saber interpretá-los, não vai saber compartilhá-los.
Não vai querer dividi-los comigo...
E olha que eles já estão tão desfeitos,
Tudo tão estilhaçados....
Não tome em teu colo minha esperança.
Ela não cabe em um espaço tão pequeno.
Ela não cansa de crescer infinitamente...
Não tome pra si a minha alegria, me peça..quem sabe eu lhe dou um pouco dela
Não tome de mim a minha liberdade...
Não me prenda a você...eu não quero
Toma...leva de mim as ilusões, leve o meu medo de ser feliz.
Leve a minha desesperança...leve meu vazio...
Pode guardar com você, se não quiser jogue fora...
Só não tome mais nada de mim...
Nada que eu não queira te dar....

Carla B.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

E SE......

E eu poderia te dizer tanta coisa.....e o medo não deixa...e a sua frieza me assusta...
Me pergunto onde está aquela doçura tão presente antes em seus olhos...não consigo ver mais...eu so vejo despedida...e vejo magoa ...e vejo um mar de impossibilidades.....
E a sensação de frustração só não é maior que a dor da indiferença, essa é de lascar.....parece que todos os sentimentos do mundo estão rasgando meu peito pra se instalar....
Fico observando o medo brigando com o desejo pra se instalar no lugar dele, vejo a tristeza colocando pra fora a felicidade... eu vi a esperança se esconder tão fundo nos seus olhos...não consigo mais encontra-la no seu olhar....
E eu fico com essa sensação de tudo que poderia ser dito...do que poderia ser vivido..e quando fecho os olhos eu lembro o quanto é bom o teu abraço e o teu cheiro e o teu sorriso ... AHHH o seu sorriso¹ Acho que nem vc tem idéia da paz que ele me dá...
E eu poderia te dizer tanta coisa...e me calo..e me afundo nessa falsa indiferença, to mostrando pra mim mesma que mesmo com o peito arrebentado a vida segue NE.. e eu sei que não tem mais sua voz de madrugada...nem suas piadinhas bobocas e nem aquele abraço apertado.....
   
Mas eu sei que voce esta bem..esta vivo....caminhemos...

A vida segue.....

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Do reverso....

Tenho pensado em como somos indiferentes às outras pessoas...
Como estamos fadados, condenados a não enxergar a dor do outro, a não se colocar no lugar do outro.
Creio que o egoísmo hoje é um dos maiores males da humanidade, nos impele a olhar exclusivamente pra si o tempo todo, sem perceber que o mundo pulsa ao nosso redor.
Pergunto-me se a minha percepção me torna diferente dos outros e percebo que não...
Eu também me vejo como centro e é isso que tenho que mudar em mim, que temos que mudar em nós, o infeliz hábito de não se deslocar para a posição do próximo.
É fácil listar os erros, julgar a pessoa e condenar cada ato ou palavra impensada, é fácil apontar o dedo, afiar a guilhotina, apertar o laço e dar a mão ao carrasco.
Difícil é se colocar no lugar de réu, de perceber onde erramos de perceber  em nós  falhas,  erros, descasos.
Assumir que erramos é como morder a própria língua, espontaneamente ninguém faz... E apontar o erro do outro é como caminhar frente... Absolutamente natural.
A percepção da falta de gratidão, da falta de honestidade, da maldade ainda que não voluntária,  assume uma grandeza na nossa vida que nos leva a culpa, a tristeza... então é melhor fingir que não houve.
Para se andar reto e com a cabeça erguida é preciso doer igual a quem está no nosso lado, é mexer na ferida que sangra um pouquinho na esperança da cicatrização, é aceitar que a divindade está longe do ser humano, mas sempre há uma esperança de ser uma pessoa melhor, sem se anular, nem se omtir.
Melhor estender a mão, antes de apontar o dedo.





Carla B.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Equilibrando....


De explosões e contenções eu entendo tanto que estou virando uma mestra.
Acho que de tanto ouvir o que não queria tenho aprendido a conter os meus impulsos , todos eles, os de amor exagerado, os de ódio exacerbado, os de tristezas profundas...
Cada palavra que ouço vai me doendo inteira, sabe aquela dor insistente, reticente... Do tipo que dói o final de semana inteirinho e recomeça segunda e nada muda....
Eu não queria que acabasse assim a nossa historia de amor
.
Sempre acreditei que você era meu par perfeito e ainda acho doce olhar sua cara de quem gostaria de ficar na cama mais 5 minutos pela manhã...
Ainda procuro seu abraço quando chove e os raios iluminam as paredes do meu quarto... Sempre foi mais do que conforto o que eu encontrava neles, eu encontrava segurança... aconchego.
É complicado conter os impulsos a cada mentira descoberta, a cada segredo revelado... Até hoje eu não entendi a sua escolha...  Porque mesmo que tinha que ser eu? A carência era tão estampada que sentiu a presa fácil? Ou seria o desafio de baixar a estima de alguém tão quase bem resolvida consigo mesma?
Eu ainda acho que você não foi muito inteligente em sua troca, não é sempre que se encontra alguém disposto a mudar de vida pra se adaptar a você, eu sei que a oferta de corpos disponíveis para a satisfação de todos os desejos é ampla e o pior é gratuita, mas nada paga o conforto de um afeto seguro, de uma companhia que é só sua, de um par que é seu.
Tenho adornado meus pensamentos de uma falsa indiferença... eu não quero que você perceba que estou completamente devastada por dentro, um verdadeiro tsunami emocional tem varrido a  minha existência.. e as ondas de agonia me engolem diariamente a cada noticia desagradável sua que eu recebo.
Eu sei que apesar de todas as adversidades que vão se instalando em nossos caminhos, temos que saber driblar, ultrapassar e agradecer por todos eles....mas ainda não é a minha hora.
Não é que eu queira... eu necessito viver o luto do amor imaginário que morreu, porque é difícil aceitar que tudo não passou de novela com final feliz criada pela minha vontade de ser feliz, o meu desejo de viver a minha historia, do meu jeito, era tão intenso que eu nem notei a sua indiferença, e fui capaz de amar por nós dois.
Agora.. a nossa historia já está bastante espatifada, em pedaços tão pequenos que nem aspirando tudo eu não consigo juntar, os pedaços de confiança se perderam no espaço onde caíram.. os da minha raiva ficou bem visível, os do seu desprezo também...a cumplicidade, o afeto, o respeito... realmente  não dá mesmo pra colar...paciência...

Acho que nem vale mais a pena lutar pra reconstruir nada... estrago de maremoto é difícil de mudar... vou aceitando e agradecendo, resgatando do limbo a minha vontade de mudar a minha vida e deixar o que passou marcado só nas lembranças dos bons momentos.... 

Carla B.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Palavras


......

As palavras são de fato perfeitas...

Esse conjunto de sons e sinais gráficos que utilizamos para nos comunicar tem um poder tão fantástico, que quase sempre passa despercebido.
Uma palavra causa uma briga
Ameniza uma tristeza
Proporciona uma alegria
Pode fazer verter uma lágrima
Pode salvar um inocente
Acalentar um desolado
Tem palavra que parece ácido, desce queimando..corroendo tudo por dentro...destruindo sem a menor compaixão o que encontra pela frente
Palavra fere, machuca, mata..

Palavra salva, conforta..enche de esperança....
Tem palavra que brinca com a gente,
Que enche o peito de felicidade
Enche o coração de saudade
Enche os olhos de brilho
Enche a barriga de frio e o ouvido de ilusão
Tem palavra que parece colo de mãe, de tanto que nos afaga..deixa o sorriso lisinho e o corpo molinho..todo se derretendo.
Tem palavra gelada que nem sorvete, cortante que nem navalha, corrosiva que nem ácido e outras altamente inflamáveis
Palavra usada de forma errada é que nem tsunami em aérea habitada...uma verdadeira tragédia
Palavra usada de forma correta é que nem canto de pássaro em dias de primavera...melhora o dia de qualquer um...
Olhada de perto palavra parece foice...parece pluma...parece confete...
E pode dar nome a qualquer um, poesia, prosa e até chiclete.

Carla B.

Recomecemos....


E a gente se despe do ano que passou como quem despe uma roupa que foi muito usada, mas que não lhe cabe mais, não serve mais...pertence a uma moda que já passou.
E ainda que não sirva, olhamos para os dias que nos cobriram com aquela imensa saudade, e é impossível conter a sensação de que apesar de não nos servir mais, nem os trapos e nem os dias, vivemos intensamente cobertos e em torno deles.
E...
as roupas antigas que chamamos de tempo passado já não nos cabe, não serve mais, mas os momentos por eles vestidos foram tão singulares que se torna impossível simplesmente descarta-los...
Então guardamos os pedaços dos dias que vivemos em registros lembrados por pequenas marcas no corpo, marcas num papel qualquer em forma de letra, marcas em computadores e papeis através de fotos, marcas no peito através dos sentimentos...marcas na mente por conta das lembranças....
E é incrível que mesmo que aquelas roupas/dias tenha nos servido nos melhores momentos daquele ano quando enfeitavamos os lábios com sorrisos cheios de luzes ou mesmo quando tenha vestido os nossos olhos de água em momentos não tão bons assim... conseguimos nos desvencilhar das velhas vestes e renovamos o guarda roupa com um ano inteiramente novo.
E a alegria do ano novo é incomparável ..esperança renovada por 12 meses, meses que podemos vestir com as cores que escolhermos, com a moda que lançarmos, com a ultima tendência quando a questão é estar bem... e é tão gostoso colorir toda essa passagem de tempo com as nossas particularidades, não da pra fugir das estações, mas quem escolhe o tom das novas roupas somos nós, coloridas ou escuras serão elas que nos marcarão por esse longo e cheio de expectativas espaço de tempo e só nós saberemos a forma certa de expor na passarela todas as nuances das novas vestes a nós presenteadas......

Sereníssima...